Pseudo-poesia, by Lira

Ah! Grande fórum este da arte escrita!

Eu amo escrever! Para mim é algo vital, mesmo.

Aquilo que me sai para o papel mais facilmente é poesia contudo, acho que este é o ponto literário em que sou pior.

Assim, peço-vos que critiquem o que for aqui postando, apontando os pontos bons e os maus.

Por agora, fica este:


Uma sala escura.
Uma única e ténue luz ilumina-a.
Tu e eu,
Frente a frente.

Olhas-me
Do fundo dos teus azuis olhos
E sinto-me invadida.
Odeio. Odeio muito!
Nem sabes o que custa verem-me assim por dento,
Tão exageradamente por dentro…

Mas só tu me vês assim.
Só o diamante dos teus olhos consegue rasgar as negras cortinas de mim.
Só tu me vês.

E porque és capaz de me ver,
Por seres o único,
Amo-te profundamente.
Amo-te de um modo que as palavras não bastam para explicar.
E odeio-te.
Odeio-te pois tornas-me vencível:
Destróis-me a armadura;
Conheces as fraquezas que bóiam na minh’alma,
Impedindo as virtudes de vir à tona.

Seria o meu fim…
Alguém me conhecer assim: fraca, insegura…
Não foras tu que coligas o que em mim flutua
E me tornas alguém.

Sim, é verdade.
É por estares aí,
Frontalmente ao eu,
Penetrando nos confins do meu ser,
Que posso existir.

Curioso, não?
Só consigo ser-me porque te sinto aí,
Nessa sala escura,
E, contudo, tu és em mim.

Tens muito jeito Lira, queria eu fazer algo assim xD
Mas tenho dificuldades enormes em expressar o que quero dizer, lol

Continua!

Obrigada

Se a poesia vir de dentro, então não é pseudo-poesia! Olha que até escreves bem.

*entro no post, começo a ler. Chedo ao fim e permaneço de boca a berta, sem saber o que dizer*

Bem, mas como tenho que dizer alguma coisa, . . . só concigo dizer que . . . como ei de dizer isso. . . aaa, . . . . estáááá, . . . . bem,. . . . . talvez . . . . OK, tenho mesmo que dizer isto . . . .

Estou sem palavras, está lindo eu adorei, se alguem me dissece isso eu caia para o lado e não babia o que dizer, asserio está mais que lindo.
Continua que eu quero ler mais.

Sabes que uma vez um poema meu foi pro Jornal da escola? como diria meu amigo renato Aragão eu sou o maior Poeteiro da minha sala ! mais faço algo mais simples naum tao profundo como seu ! mais ficou OTIMO continue!

XD

Poeteiro? *ponho o dedo na boca enquando procuro essa palavra no meu dicionario mental*

LOOOOL Das 3 uma, ou disseste de proposito, ou ai no Brasil diz-se assim, ou não sabes que não se diz "poeteiro" mas sim "poeta"

gostava que me esclarecesses, é que agoro baralhaste-me (é algo que não é dificil, mas pronto)

SOHAOISHOISHOIAHOASH ..


Bem primeira alternativa .. e pq aqui no Brasil existe um Humorista que em um de seus progamas usou a palavra Poeteiro em vez de Poeta o que seria o certo ..

Fiz apenas pra brincar xD

AHHHHHHHHH, *cara de parva* é que baralhaste-me mesmo.
Mas ok tudo bem até teve pida

Estou quase a chorar de felicidade... Gostaram mesmo!
Obrigada, obrigada, obrigada, obrigada...

Pseudo-poesia porque num fórum que criei (ainda está em construção) um dos tópicos mais populares tem esse nome, resolvi adaptá-lo aqui.

(desculpem os posts seguidos)

Mais um poema. Segundo opiniões alheias o outro está melhor, mas foi fruto de uma rara inspiração, raramente me dá para escrever sobre amor. Este é completamente diferente.


A vida é tão efémera
E o que eu vivi dela tão pouco!
A dor de o saber é tão angustiante
E o meu coração grita rouco
Para que eu descongele e viva.
Viva, uma vez que seja!
Mas o que alguém como eu deseja
É que a vida terrena não cresça
Para que a interior floresça
Sem ser perturbada
Para que assim seja tudo
Em sonho, num outro meu mundo de nada.

Mas tambem está giro.
Por isso, continua, vá, vá, estás á espera de quê? Vamos, toca a escrever mais.

XD

Não te preocupaes eu continuo xDEu escrevo muuuito! Mesmo! E não só poemas, tenho uma história, escrevo textos em prosa...
Mas só posto alguns poemitas... uma minúscula amostra.

Desculpa so ter lido agora...esta muito bom! O dia que fizer uma coisa minimamente parecida até salto e felicidade xD

Continua

xD lol

obrigada ^^

Antes de mais, só para dizer que curti dos teus poemas, principalmente o segundo (o tema do amor não é algo que chame muito a atenção. qd leio fico sempre naquela de "tan e vá?!". Agora,qt ao segundo poema:

Lira escreveu:

A vida é tão efémera
E o que eu vivi dela tão pouco!
A dor de o saber é tão angustiante
E o meu coração grita rouco
Para que eu descongele e viva.
Viva, uma vez que seja!
Mas o que alguém como eu deseja
É que a vida terrena não cresça
Para que a interior floresça
Sem ser perturbada
Para que assim seja tudo
Em sonho, num outro meu mundo de nada.

Bem, isto é um poema bué de Fernando Pessoa style. Vá, não o estilo, mas sim as temáticas. Efemeridade da vida (ortónimo), depois a angústia caracteristica do nosso Álvaro. E então quando dizes "viva, uma vez que seja!" e "em sonho, num outro meu mundo de nada", fez-me mesmo lembrar Álvaro de Campos na sua fase intimista.

Obrigada *.*

Adoro Campos, mesmo. Eu já escrevia umas coisas com uma temática parecida mas depois de o conhecer foi uma espécie de libertação xD

Eu também gosto mais do segundo... mas quase toda a gente gosta mais do primeiro.

(desculpem o dp)

Bem, vou aproveitar o tópico para postar não só poesia como qualquer outra coisa escrita por mim (apesar do título).

Este é um conto de Natal... está um pouco estranho-confuso, mas gostava que comentassem.
__________

Maria

Maria fechou os olhos e estendeu os braços, sentindo na pele escura a maresia que se desprendia do oceano à sua frente. O vento, que corria forte, tentava secar-lhe as lágrimas soltando-lhe o cabelo negro. O mar inquieto competia com o seu revolver de pensamentos.
Sofrera durante anos ás mãos de um homem que pensara amar. Durante anos, enviuvara da sua vida e de si mesma! Nesta noite de Natal, tudo mudara: uma cadeira, que deveria acertar-lhe, fora contra o filho. O pequenino, que era seu e de quem era, não sobreviveu ao embate na cabeça.
Chora Maria! Chora! Não tens culpa que te tenham roubado o menino, não tens culpa… E ela chora, derrama as infelizmente inúteis lágrimas espremidas dos destroços que de si ainda existem… Grita! Desespera! Cerra os olhos com força, como se tentasse apagar a triste noite da sua vida.
Abre os olhos negros perscrutando, na bruma nocturna, a sentida presença de alguém. Voltando-se, vê alguém vestido de branco dirigir-se a si. Chegando junto dela, olha-a do fundo dos seus olhos de mar infinito, dizendo-lhe:
- Maria, não sofras mais! Larga este mundo que deixou de ser teu e vem!
Ela volta-se para a frente e olha na escuridão o ondear feroz do oceano. A expressão de dor do seu rosto abandona-a, deixa-se cair de joelhos no chão da falésia onde se encontrava e vê em seus braços um filho.
Toldada pela alegria da visão nem nota que se deixa cair daquele vértice do mundo em que está.
Ao longe, ouvem-se as gaivotas madrugadoras reclamar a sua refeição aos pescadores que chegam. Afinal, o mundo não acaba aqui.
Não sabem eles que não acaba porque algures, outrora, uma mesma Maria embala em seus braços um menino.
A mãe olha-o nos olhos que estão tão cheios de amor e de ternura! E chora também, como a outra mesma Maria, mas de felicidade!
Uma brisa morna aconchega a pequena criança e varre a poeira do suave manto de areia fina em que a mãe deu à luz sob a luz da lua.
Altas árvores tropicais deixam que por entre as suas ramagens espreitem pequenas estrelas e servem de guardiões ao milagre do nascimento.
Num cenário tão rico e tão desprovido de qualquer riqueza a mãe Maria toma finalmente para si a felicidade que lhe ficou devida em outra hora.
O tempo passa, a terra roda o Homem vive e todos os dias são Natal porque aquela mãe continua, sempre, a embalar seu filho.

Desculpem o triplo post, mas como ninguém diz nada...

Um poema que acabei de escrever porque me andava a inquietar há já algum tempo e que nem está nada de jeito mas quero pôr aqui como um desabafo. Tenho-me sentido assim e preciso de desabafar com alguém.
Contudo, algo muito típico em mim, isto saiu muito confuso. Desculpem o incómodo.

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Não saber por onde começar.
Conhecer apenas a dor miudinha e constante em mim,
O usual invadir por uma ansiedade não endereçada,
O frenético querer,
O passivo agir numa vivência monocórdica.

É assim que me sinto, é assim que me tenho sentido.
O estar sozinha no Mundo aliado e conjugado com a crescência de outros na minha vida.

Daqui, de onde escrevo, sou capaz de ver o que seria o meu corpo,
Essa matéria que não mais me pertence,
Estou tão fora e longínqua dela!

Abandono-me na procura de algo,
Que não sei o quê, porquê ou onde,
Mas que me é necessária
Como necessário é o rio ao mar.

Este querer determina as minha acções,
Ocupa-me quase por inteiro,
Assombra o meu pensamento em toda a hora que um dia tem...
Esta inquietação, este desassossego intrínseco da não-matéria...
Se ao menos soubesse de onde vem ou para onde vai!
Tomaria assim a minha vida um rumo...

Agora tenho de ir, algo me chama para o seguir em direcção a onde não sei.
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Edit: Acho que depois de escrever o poema fiquei bem... é por isso que não posso mesmo deixar de escrever, nem que sejam só parvoíces!

Escreves muito bem lira ^^, ainda não li todos mas prometo ler e depois digo-te o meu favorito

Obrigada Clair ^^ Desculpa, só agora é que vi o teu post! *shame on me!*
(Agora é que me lembrei que tinha escrito aqui um poema directamente e vinha copiá-lo para o word)

quando posaste esses poemas eu estava em espanha x'D por isso so vi agora ^^'
Gostei muito Lira! Tanto do conto como do poema!
Espero por mais trabalhos teus xD

Obrigada Nanny e Supe ^^
*fica felicíssima por gostarem*
Por acaso ando mesmo com vontade de escrever qualquer coisa mas desde que começaram as aulas que não tenho tempo para parar um bocadinho e pensar.
Quando escrever algo novo posto aqui.

Apesar de não perceber nada de poesia, gostei muito. Está lindo! *___*