Homenagem a Ms.K

Homenagem a Ms.K

Hirogaru yami no naka Kawashiatte Kakumei no chigiri
(Imerso nas prolíferas trevas, troquei votos de revolução)
Aishita yue ni mebaeta aku no hana
(Eu amei te, então a flor do ódio brotou)

Sussurrava á neve os clássicos que sempre a ouvia cantar, enquanto andava pelo cemitério completamente deserto de vida e repleto de corpos em decomposição. Na mão direita levava um pequeno frasco de vidro com a essência do narciso e na esquerda uma embalagem com a marca “Royal Albert”

Kore kara saki otozureru de arou subete o
(Pois não posso permitir que ninguém interfira)
Dare ni mo jama saseru wake ni wa ikanai kara
(Em tudo que está vindo no futuro)

A neve que caia sobre aquela fria cidade cobria por completo aquela lápida solitária e ricamente decorada como sempre fora aquela mulher de eternos lábios carmesim a que todos chamavam de Ms.K.
Agora diante do tumulo pode reparar que havia alguma coisa carmesim ali também.
”umê no hana?”… “Poderá ter sido …. Kenji? Sem duvida que foi ela, todas que a conhecia sabiam que supostamente não gostava de flores……supostamente”

Doushite? Boku wa kowareta meshia?
(Porque? Eu era o Messias quebrado?)
Dare mo ga nozonda "owari" o
(Todos desejam um fim)

Doushite? Boku wa kowareta meshia?
(Porque? Eu era um Messias quebrado?)
Dare mo ga yumemita "rakuen" o...
(Todos sonharam com o paraíso)

“Este era o seu leque preferido”, sorriu, retirou o leque do ramo e fez os movimentos que há anos atrás lhe ensinara a ela. “ Com este mesmo leque ela aristocraticamente prendia todos ao seu redor. “

- Esconder os olhos com o leque aberto equivale a um Amo-te, sussurrava enquanto fazia o movimento ….. Tocar o cabelo com o leque fechado significa um Não me esqueças se libou tristemente fazendo o movimento com o leque.
- Girar o leque na frente do rosto com a mão esquerda igual a um Amo outro “ disse enquanto representa essas mesmas palavras com leque…Abrir e fechar o leque representa um Adeus”, falou enquanto fechava o leque.
- Madame de Stäel com certeza estava enganada quando disse “"Há tantos modos de se servir de um leque que se pode distinguir, logo à primeira vista, uma princesa de uma condessa, uma marquesa de uma routurière. Aliás, uma dama sem leque é como um nobre sem espada." Disse sorrindo com ironia.
- Porque Kikuchi Kimiko, a herdeira milionária da multinacional Kikuchi nasceu Tanaka Aya uma pobre filha de um Agricultor e de uma dona de casa, falou limpando a neve cobri o seu nome inscrito na lapide.
- O s seus pais morreram quando ela tinha 3 anos e aos 6 foi adoptada pela família Kikuchi tornado se assim a mais rica herdeira do nosso pais mas isso foi só o começo daquilo que viria a seguir. Os amores, as paixões, a queda em desgraça perante a familia, a ascensão ao poder e por fim uma trágica morte. Mas o mais fascinante desta mulher com intelecto superior a 190 de QI e uma beleza de “Yamato Nadeshico” não é forma como conduzia a sua vida de reles plebeia até uma verdadeira e dramática kimiko* como uma simples lagarta que se transforma em borboleta para depois morrer …. Não o fascínio nunca são assim tão vulgar….o mais fascina-te é lado sentimental e manipulador da mulher que governou o pais por quase meio século. Shun o amor infeliz da infância….Kei a tentação da adolescência que resultou numa gravidez indesejada ….Hiroshi o hippie excêntrico e sensual que lhe deu muito paz até conhecer Akio o professor de etiqueta que deu a origem a uma caso extra conjugal e a fez cair em desgraça…. Seiya o escritor de prestigio e influente na sociedade que abandonou tudo por Kimiko, Ryuzaki o detective particular que lhe apresentou o seu futuro marido e lhe devolveu a honra, Yuu o príncipe herdeiro do torno do crisântemo que a fez sua imperatriz e fez o Japão inteiro acreditar em contos de fadas e a vida ao lado do eterno sorridente Kenji, o mordomo particular que acompanhou esta mulher a vida inteira e foi o maior mistério de todos os mistérios, falou dando um longo suspiro para recuperar o folgo.
- Hoje estão quase todos mortos, Não é Kimiko? O primeiro foi o Shun, pobre rapaz, pobre acidente infeliz.O segundo foi o Seiya, suicidou se por ti, não queria revelar quem eras ao mundo. O terceiro foi o Hiroshi morreu de overdose de drogas pouco antes de tu casares. O quinto foi Ryuzaki levou com uma bala nos cornos em teu lugar. O sexto foi o teu marido morreu supostamente de ataque cardíaco enquanto dormia. O Kei arrasta se de hospital em hospital com uma cirrose no fígado, já não deve durar muito tempo.
Quem restou Fui eu, o homem quem incumbiste ao detective de arranjar provas falsas e prender por te ter desgraçado, mentido na justiça que eu te violei e raptei.A ingénua da minha esposa nunca acreditou mas o juiz sim e as outras pessoas que assistiam ao meu julgamento sim. Hoje saie da prisão. Nao podia ir para casa sem antes ver o teu túmulo, pensei que Kenji também te estava a fazer companhia como os outros, Mas pelos vistos enganei me. O que tem ele de especial? Ele andava sempre atrás de ti como cão que abana a cauda a sua dona. Provavelmente ele foi o único que te conheceu verdadeiramente e não o idiota do Seiya. E eu? Será que te conheço verdadeiramente? A única coisa que na época eu sabia é que te amava mesmo sabendo que eras um demónio disfarçado, eu não me importava com nada disso …. E agora que sai da prisão a única coisa que sei é que, com um suspiro interrompeu a frase pegou no pequeno frasco de perfume e colocou em cima da sepultura.
- A única coisa que sei é que vaidade matou narciso, disse por fim com lágrimas dos olhos
- Jamais vou voltar aqui, disse limpando as lágrimas levantando se, indo em direcção a sua casa pronto para tomar um chávena de chá, no conjunto de xícaras que acabava de comprar na famosa loja Royal Albert. A mesma loja onde Kimiko encomedava o seu serviço de chá onde se deleitava com um Tchai. Isto claro ele não o faria sozinho, Faria com a ingénua da sua esposa.

- Porque neste mundo podre de sociedade tao triste é melhor tomar chá com uma bondosa e igénua que não amas de que com o demonio da vaidade e da lúxuria que tanto amas, porque mesmo ela já nao estando cá continuas apaixonados, sussurou Kenji á neve enquanto se dirigia para a sepultura de Kimiko

Ao chegar a sepultura da mulher que serviu a vida inteira,ajolhou se e acariçiou os seus labios na fotografia depois sorrir ironicamente para o frasco, o pobre mordomo de relogio de ouro e carteira recheado de notas 1000 eyens, tirou uma simples moeda de 1 eyen e depoistou no túmulo.

- Money. Porque não há tóxico no mundo que mate tão eficientemente como a ganância e a inveja que destroem a alma mais humilde perfeita transformado a num demonio cizento doido por dinheiro e fama. O dia por pecados mortais, tambem eu estarei aqui Kimiko, disse passando os dedos pelas letras do seu nome. - E ele também, falou olhando para porta onde já nao havia ninguem. - Porque afinal de contas a Luxuria é o seu pecado original e a humanidade aprende mais depressa a pecar do que a perdoar. Tu deves concordar comigo. não é?, falou com doce sorriso.
- No dia em que alguem souber perdoar verdadeiramente estará em paz consigo mesmo, falou tirando um cigarro da sua cigarrilha de ouro.
- Adeus Kimiko. Foste para um sítio melhor ao menos nao tiveste que assitir a queda do império japones que tu mesma provocaste. Vamos voltar a vernos até lá fica em paz., falou com seu sorriso contagiante acenando para a lapide e desaparecendo no meio na neve tão depressa como apareceu