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 Memórias de um anjo

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MensagemAssunto: Memórias de um anjo   Memórias de um anjo Icon_minitimeSáb Jul 05, 2008 7:53 pm

Bem, esta é a tal história que ando a escrever (a juntar às muitas que escrevo xD). É a única que eu considero completamente original, sem qualquer influência de livros e afins (apesar de ser a que tenho menos escrita, tenho a história toda delineada).
Quanto ao título, tem vários significados (podem tentar decifrar, mas se calhar só o irão perceber mesmo no final ^^).

Aqui fica o prefácio:

Quando se está sozinho no mundo, é difícil enfrentar a vida sem hesitar, sem olhar para o passado.
Ayame tem 17 anos. Oriunda de uma família rica, perdeu a mãe e ficou a viver com o pai e irmão na mansão da família.
O pai, sempre ausente em viagens de negócios, mal conhece os filhos.
Hatsuharu, o irmão mais velho de Ayame, é a única família que ela tem. Tal como Ayame, viu a mãe morrer à sua frente, numa cama de hospital. Embora se tente mostrar indiferente quanto ao assunto, ainda o magoa bastante falar sobre isso.
Para tentarem mudar de ambiente, mudaram de colégio, ao qual Ayame ainda não se habituou e não tem amigos. No entanto, foi melhor para ela, visto que o colégio possuía ensino secundário e universitário, este último frequentado pelo irmão.
Inesperadamente, Ayame começa a dar-se bem com o seu colega da carteira do lado. Kyo, conhecido na turma como "o misterioso", não falava com ninguém a não ser com uns alunos de anos superiores, com quem andava sempre.
A relação deles evolui e Ayame vê-se arrastada para um mundo que não é o dela.

----------------------------------------------------------------------

Índice:
* Capítulo I - "Ayame"
- 1ª parte
- 2ª parte
- 3ª parte
* Capítulo II - "Melodia de um sorriso"
- 1ª parte


Última edição por Shibiusa em Qua Jul 09, 2008 7:52 am, editado 4 vez(es)
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Shibiusa
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MensagemAssunto: Re: Memórias de um anjo   Memórias de um anjo Icon_minitimeSáb Jul 05, 2008 7:57 pm

Capítulo I – Ayame
1ª parte

Tímidos raios de sol tentavam atravessar as claras cortinas do quarto. Era ainda manhãzinha. O quarto permanecia na escuridão da noite ainda mal terminada.
Ayame acordou subitamente, perturbada pelo pesadelo que tivera. Aquele silêncio absoluto no interior do quarto apenas a fazia recordar mais e mais aquelas terríveis memórias.
A sua pele, morena e suave, encontrava-se salpicada por pingos de suor. Os seus olhos verde-vivo pareciam prestes a rebentar em lágrimas.
Sonhara novamente com a sua mãe. Quantas saudades tinha dela e ainda só havia passado um mês desde aquele dia fatal.
Ainda recordava com tristeza a voz doce, a sua pele pálida, mas aveludada, o seu repentino internamento no hospital… E a morte daquela que tão importante lhe era, mesmo à sua frente. Aquelas últimas palavras ainda ecoavam na sua cabeça, como uma maldição…
“Minha Ayame... Minha vida… Adeus…”
Era tão penoso lembrar-se da situação que mudara a sua vida radicalmente. Era como se tivesse acontecido no dia anterior… Como lamentava cada momento que desperdiçara com a sua mãe durante os seus míseros 17 anos de vida... Como desejava que ela voltasse a viver e pudesse refazer tudo de novo…
Sentou-se na cama, com as mãos na cara e com o seu longo cabelo a esconder o seu belo rosto, sentindo que não conseguiria adormecer.
Eram quase sete e um quarto da manhã, segundo o relógio pendurado numa das paredes do quarto. As aulas começavam às nove horas. Ainda tinha tempo para dormir um pouco mais, o novo colégio era perto de sua casa. Mas depois daquilo, não conseguiria dormir mais.
Levantou-se e foi tomar um duche rápido.
Enquanto a água escorria pelo seu corpo, lavava também as memórias daquele sonho. Ainda não ultrapassara a morte da mãe, sabia-o bem…
Vestiu o uniforme e penteou o seu longo cabelo negro.

- Ayame, vem cá!
Uma menina, de longos cabelos negros e encaracolados, correu para quem a chamava. O seu cabelo esvoaçava e o ar agitava-se alegremente com os risos da criança.
Com duas fitas da cor das rosas que estavam ao seu lado no cabelo, a menina gracejava e sorria para a jovem mulher à sua frente, que lhas havia colocado no cabelo.
- Filha…


Ayame despertou quando a escova lhe caiu das mãos e bateu de encontro ao lavatório de mármore. O passado perseguia-a. Não queria esquecê-lo, mas também sabia que assim nunca voltaria a ser feliz como fora outrora em criança. Pousou a escova e dirigiu-se para o quarto. Pegou na mochila e, saindo do quarto, desceu a longa escadaria da grande casa da família.
O seu pai mal a conhecia. Estava sempre a viajar, sempre encafuado no escritório. Já mal se recordava da sua face, das últimas palavras que lhe dirigira. Passava a vida a trabalhar, não fosse ele dono de uma grande e reconhecida empresa.
Passos apressados vindos de trás fizeram-na voltar-se para ver quem era.
- Já acordada, maninha?
Era Hatsuharu, o seu único irmão. Era bastante mais velho que ela e já frequentava a universidade, precisamente no colégio onde Ayame estudava.
Moreno, de porte atlético e intensos olhos verdes, Hatsuharu era o delírio das suas colegas. Tal como Ayame, viu a mãe falecer diante dos seus olhos, sem poder fazer nada. Doía-lhe por dentro, mas não o queria demonstrar, não podia deixar-se abater. Agora a irmã precisava dele e ele esforçar-se-ia por a ajudar a ultrapassar situação.
- Sim… Tive um pesadelo… - respondeu ela, com a sua voz doce.
- Outra vez com aquilo?
A rapariga anuiu e continuou a descer a escadaria, cabisbaixa.
Hatsuharu seguiu-a em direcção à cozinha, onde se encontrava uma das empregadas da casa, Kaede.
- Os meninos já estão a pé? Madrugaram… - comentou ela, sorrindo. – Vá, podem ir sentar-se à mesa, que eu sirvo já o pequeno-almoço.
Os irmãos cumprimentaram a senhora, que trabalhava naquela casa desde que se lembravam, e foram para a sala de jantar.
A sala era ampla e moderna, pintada em tons de preto e branco, com uma mesa branca requintadamente talhada no centro da sala e cadeiras a condizer. Uma estante preta, mas esplendorosa, adornava uma das paredes. A sala tinha uma portada para o jardim. Era um lugar tranquilo e luminoso, que primava pela simplicidade.
Sentaram-se e, passado pouco tempo, foram servidos.
O silêncio reinava enquanto tomavam o pequeno-almoço. Aparentemente, nenhum dos dois teria algo para dizer.
- Haru-kun… Hoje podemos visitar a mãe ao voltarmos do colégio? – pediu Ayame, tratando o irmão pelo diminutivo que lhe dera quando era mais nova.
Hatsuharu fitou a irmã, surpreso. Não esperava aquele pedido, mas aceitá-lo-ia.
- Claro. Se quiseres, iremos…
- Obrigada.
Terminaram o pequeno-almoço em silêncio e, de seguida, Hatsuharu levantou-se da mesa e foi ver televisão. Ayame dirigiu-se para a portada e deslizou-a.
O jardim era belíssimo. Mas bastava-lhe ficar a observar a partir da portada. Era o seu local especial.

- Ayame!
Um gracejo de criança ecoou pelo jardim. Uma pequena mão estendeu-se e uma mão de adulto agarrou-a.
- Mamã! Olha… Flores bonitas! – disse a criança apontando para umas flores de tons de branco e roxo.
- Pois são, Ayame… São lírios. Como o meu nome.
- Yuri?
- Sim – confirmou a jovem mulher, sorrindo.


Lírios adornavam a frente da portada. Belos e altivos, mas surpreendentemente simples. Lírios como o nome da sua mãe.
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MensagemAssunto: Re: Memórias de um anjo   Memórias de um anjo Icon_minitimeSáb Jul 05, 2008 8:01 pm

Hoje já não leio porque é tarde, estou quase a sair e queria ler com atençao.
Mas amanha leio sem falta xD
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MensagemAssunto: Re: Memórias de um anjo   Memórias de um anjo Icon_minitimeDom Jul 06, 2008 4:51 am

Ja estou bem mais avançado xD acabei de ler o ultimo capitulo
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MensagemAssunto: Re: Memórias de um anjo   Memórias de um anjo Icon_minitimeDom Jul 06, 2008 6:37 am

Já estive a ler, está muito bom, eu adorei ^^
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MensagemAssunto: Re: Memórias de um anjo   Memórias de um anjo Icon_minitimeDom Jul 06, 2008 10:05 am

Muito obrigada! Fico contente que tenhas gostado. ^^
Vou só editar a próxima parte e meto já aqui. ^^
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MensagemAssunto: Re: Memórias de um anjo   Memórias de um anjo Icon_minitimeDom Jul 06, 2008 10:10 am

Capítulo I - Ayame
2ª parte

Fechou a portada e conteve as lágrimas devido às suas memórias de infância. O sorriso da sua mãe permanecia intacto na sua mente. Parecia tão real. E, no entanto, não o era…
Hatsuharu ia vigiando a irmã. Ela tinha sofrido imenso com a perda da mãe. Aquela mudança de colégio fazer-lhes-ia bem. Novos ares, novos amigos… Uma nova vida, um recomeço…
- Ayame! - chamou ele, fazendo-a voltar-se na sua direcção. – Já te dás melhor com a tua turma?
Ayame remeteu-se ao silêncio, fitando o infinito. Não conseguia dar-lhe uma resposta afirmativa, quando sabia que não era verdade.
Ele compreendeu a resposta intrínseca no seu silêncio. Era difícil para se adaptarem a uma nova escola.
Ayame dirigiu o seu olhar para o céu azul e brilhante, qual manhã de Primavera. Eram manhãs daquelas que a aqueciam por dentro e a faziam sentir-se serena.
O relógio antigo, algures ao fundo do corredor adjacente à sala, tocou a sua sempre calma melodia. Já seriam oito e meia, segundo o cuco do velho relógio.
- Vamos andando para o colégio? – indagou a rapariga.
- Vamos lá. Temos que passar pela cozinha para levarmos o nosso obento. Adoro a comida da Kaede-san! Não nos podemos esquecer disso, obviamente! – afirmou ele, tentando animá-la. Queria ver o sorriso dela, aquele sorriso fantástico, como um sorriso de criança.
Ayame mostrou um ar divertido, contudo não sorriu. O seu coração continuava fechado e ferido. Pegou na mochila de tons escuros, que combinava com o seu uniforme azul-marinho, e deixou que o irmão seguisse na sua frente em direcção ao hall de entrada.
Kaede estava a acabar de embrulhar as caixas do almoço. Será que a pequena Ayame voltaria a comer normalmente? Desde a hospitalização da mãe que se recusara a comer. Perdera consideravelmente o apetite e comia apenas o mínimo para sobreviver e não ficar doente. Kaede tinha feito de tudo para a tentar fazer comer, mas obrigá-la não era solução. Pegou nos obentos e dirigiu-se para o hall, onde se encontravam os meninos da casa da família Fujihara.
- Aqui têm – disse ela, entregando o respectivo obento a cada um. – Tenham um bom dia de escola!
Hatsuharu e Ayame agradeceram e saíram.
Para Kaede, ver Ayame era ver a melancolia personificada. Uma rapariga tão jovem, tão bela, mas que sofrera tanto ou mais que alguém mais velho.
Enquanto caminhavam, Ayame fixou o olhar no lenço do obento que trazia nas mãos.

- Ayame!
Uma inocente menina sorria, agarrada à saia da mãe. Os seus belos olhos verdes mostravam a vivacidade concentrada nestes, reluzindo como pequenas estrelas.
- Mamã, o que é isso?
- Isto? – perguntou a mulher, mostrando-lhe um pano branco bordado com flores cor de rosa. – Isto é um lenço para a menina que vive dentro do meu coração.
- E quem é essa menina?
Yuri pousou o estojo de bordado na relva viçosa e pegou na pequena Ayame, como se ela voasse.
- És tu, meu doce.
A menina riu e estendeu os braços, para abraçar a mãe.


Aquele lenço branco, meticulosamente bordado com flores de cerejeira, fora feito pela sua mãe, há muitos anos atrás, quando Ayame era ainda uma menina.
- Ayame… - chamava alguém. Ela estava distante, não ouvia.
- Ayame! – repetiu Hatsuharu, tocando-lhe no ombro.
- Ah, desculpa… Estava absorvida nos meus pensamentos…
Ela olhou em redor. Estavam em frente do colégio.
- Vou para as minhas aulas. Ficas bem?
Ayame anuiu e viu o irmão a afastar-se em direcção ao bloco universitário. Dirigiu-se calmamente para o seu bloco. Ainda tinha tempo, era escusado apressar-se.
O ambiente à sua volta parecia divertido. Grupos de alunos falavam e riam entre si. Viam-se apenas alguns alunos sozinhos a irem sozinhos para as suas salas de aula.
Chegou à porta da sua sala de aula. Um grupo de universitários despedia-se de um rapaz da sua turma, Kyo.
Kyo era o seu misterioso colega da carteira do lado. Apenas falava com aquele grupo de universitários e estava quase sempre com eles. Era um aluno brilhante, mas que, tal como ela, era posto de lado na turma. Apesar de considerar estranho o seu afastamento, Ayame não comentou. Viu Kyo a entrar na sala e o grupo a caminhar em direcção ao bloco que frequentavam.
Entrou na sala de aula, deslizando a porta atrás de si.
- Bom dia… - disse ela. Ninguém lhe respondeu. Apenas olhares a penetravam, com uma aura fulminante. Sentou-se, algo constrangida.
- Bom dia – respondeu alguém ao seu lado. Era Kyo.
Ao reparar no ar de surpresa da rapariga, Kyo acrescentou em voz baixa:
- Não fiques assim por causa deles. Eles não merecem sequer o esforço…
Ayame sentiu uma calma enorme implícita no seu olhar quando os seus olhares se encontraram. Uma calma escondida no recôndito mar dos seus profundos olhos azuis. Uma compreensão, uma sensibilidade, que passavam despercebidas a todos.
- Obrigada… - agradeceu ela, quase num murmúrio. Sentia-se feliz por alguém ter compreendido a situação em que ela se encontrava.
A porta da sala de aula deslizou e o director de turma entrou.
- De pé! – disse o delegado de turma, começando com os cumprimentos tradicionais.
Assim que os alunos se sentaram, o professor abriu o livro de ponto para fazer a chamada.
Ayame abriu o seu caderno de Matemática. Aquela disciplina não era das suas favoritas, sem dúvida alguma.
O zumbido provocado pela chamada do professor tornou-se claro quando chamou o seu nome:
- Fujihara!
Ela levantou a mão, para mostrar a sua presença.
- Ishimaru! Harada… - o zumbido voltara temporariamente, assim que a atenção de Ayame se focava na janela à sua esquerda e no chilrear dos pássaros no exterior. Só lhe apetecia sair da sala… Atentou na aula, precisava de perceber a matéria.
A aula custava a passar. A matéria daquela aula parecia-lhe tão complicada e isso apenas a fazia desejar mais sair dali.
- E pronto, com isto, acabamos a matéria desta aula. Vou dar-vos o resto da aula para fazerem exercícios. Na próxima aula começamos com a matéria nova – disse o professor, enquanto escrevia no quadro negro as páginas dos exercícios. Pousou o giz e sentou-se em frente da secretária, a corrigir algumas fichas de outra turma.
Alguns alunos juntaram-se em grupos. Uns começaram de imediato a trabalhar, outros falavam e riam baixo, passando os olhos pelo manual.
Ayame abriu o manual e tentou fazer alguns exercícios, Conseguia fazer bem o início, mas depois ficava confusa. Era a matemática que tinha a nota mais baixa do seu leque de disciplinas.
Kyo olhou para o lado e reparou na frustração dela, que continuava sempre em volta do mesmo exercício, apagando-o e recomeçando. Sorriu e perguntou-lhe se ela queria ajuda.
Ayame espantou-se. Era mesmo o que ela necessitava. E vinda do melhor aluno da turma era ainda melhor.
- Sim… Penso que sim… Obrigada!
Ele chegou-se para o seu lado e começou a explicar-lhe os exercícios.
Sem darem por si, o tempo pareceu voar. Até que a campainha tocou.
- … Vês? Basta usares coisas básicas para perceberes bem as contas - explicava ele. – Entendeste?
- Sim. Muito obrigada pela ajuda, a sério! – agradeceu ela, enquanto arrumavam os cadernos para irem para a aula seguinte. Graças a ele, compreendera bem a matéria e os exercícios. Sentia uma onda de confiança a invadi-la, algo que ela sabia que necessitava para melhorar.
A aula seguinte era culinária, uma disciplina que Ayame gostava bastante.
Pegou na mochila e dirigiu-se para a sala seguinte. Não era muito longe dali, mas parecia-lhe que ficava no infinito. Sentia os olhares todos postos em si e um nó na garganta teimava em fazê-la sentir-se pior. Era uma sensação horrível, que a sufocava. Naquele momento, qualquer lugar era melhor que aquele.
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MensagemAssunto: Re: Memórias de um anjo   Memórias de um anjo Icon_minitimeDom Jul 06, 2008 10:51 am

Tão bom ou melhor que a primeira parte, parabenss e continua a postar mais!

Tambem gostava de ter culinaria como disciplina, mesmo a serio, devia existir aqui em portugal uma disciplina dessas xD


Última edição por Clairwinder em Dom Jul 06, 2008 3:11 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Memórias de um anjo   Memórias de um anjo Icon_minitimeDom Jul 06, 2008 10:56 am

Eu já lido (ontem) o primeiro capítulo e gostei. Principalmente quanto aos "flashes" que ela tem e a maneira como os descreves. Gostei do clima de fantasia que é passado sempre que se fala da mãe, da maneira como os outros agem perante ela...E depois ela tem de ser boa rapariaga, gosta de culinária ^^ (tinha de vir o machista).
Resumindo: Tou a gostar. Continua.
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MensagemAssunto: Re: Memórias de um anjo   Memórias de um anjo Icon_minitimeDom Jul 06, 2008 3:07 pm

@Clairwinder: Muito obrigada! Fico feliz que tenhas gostado. ^^
Por acaso, também gostava de ter culinária... Era uma disciplina que havia mesmo de haver cá em Portugal. E ainda para mais dá muito jeito. xD

@Elric: Muito obrigada por teres lido! ^^
Gostei muito que dissesses o que mais gostaste, é sempre bom saber isso. E sim, a Ayame é boa rapariga. xD
Fico feliz que tenhas gostado! ^^
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MensagemAssunto: Re: Memórias de um anjo   Memórias de um anjo Icon_minitimeDom Jul 06, 2008 6:21 pm

Shibiusa escreveu:
@Clairwinder: Muito obrigada! Fico feliz que tenhas gostado. ^^
Por acaso, também gostava de ter culinária... Era uma disciplina que havia mesmo de haver cá em Portugal. E ainda para mais dá muito jeito. xD

Secalhar não há cá em portugal por causa da ASAE, já imaginaram o dinheiro e o tempo que se gastavam só para por as "cosinhas de aula" ao gosto da ASAE? Ainda ficavamos velhoe e morriamos e os nosso bisgenetos ainda não tinham as "cosinhas de aula" prontas XD

Mas eu tambem gostava, ao menos aprendia a fazer mais alguma coisa, quer dizer, quando tenho que fazer até faço algumas coisas gostosas mas gostava de saber fazer mais e melhor
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MensagemAssunto: Re: Memórias de um anjo   Memórias de um anjo Icon_minitimeDom Jul 06, 2008 6:39 pm

Vocês são as melhores! Querer aprender a cozinhar e tal...fogo! quero-me casar com uma de vocês! Sim, porque um mulher tem de saber cozinhar! (querem ver tudo a cair em cima em cima de mim por causa disto?).
Não é por nada mas acho a ASAE algo bué positivo pois garante um nível de higiene em restaurantes e afins que, sem ela, provavelmente não haveria. E as condições que eles exigem nem são assim tantas. Um tio meu tem um pequeno restaurante e passou a inspeção nas horas.
E já agora, eu acho que já há curso de gastronomia...s não há há sempre muitos workshops e cenas do género.
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MensagemAssunto: Re: Memórias de um anjo   Memórias de um anjo Icon_minitimeSeg Jul 07, 2008 7:15 am

Eu sei cozinhar. Mas com as aulas ganhava mais experiência... Acho que seria uma disciplina interessante e que as raparigas em geral gostariam.
E também convém que os homens também saibam cozinhar. Pessoalmente, gosto de homens que ajudam em casa. xD
Bem, vou editar a próxima parte do capítulo e posto já. ^^
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MensagemAssunto: Re: Memórias de um anjo   Memórias de um anjo Icon_minitimeSeg Jul 07, 2008 8:10 am

Capítulo I - Ayame
3ª e última parte

Ayame respirou fundo. Aquilo não a podia afectar. Não podia deixar que aquela simples afronta a fizesse sentir assim. Tentou abstrair-se dos murmúrios e olhares ameaçadores e continuou a andar, com mais firmeza e convicção. Ela era ela mesma. O que os outros pensavam ou diziam não importava. Mas era mais fácil pensar do que agir, sabia-o bem. Inspirou e expirou profundamente, sentindo-se mais livre.
Assim que chegou à sala, entrou e tirou o avental da mochila escura, uma vestimenta necessária para a participação na aula.
Aquela peça branca, bordada com delicadas flores azuis turquesa e com um folho branco nos ombros, realçava a sua tez morena e os seus brilhantes olhos verdes.
Naquele instante, enquanto os seus colegas entravam na sala, tocou a campainha. A professora, baixa e magra, abriu a portada da sala, vinda do seu escritório, contíguo ao espaço destinado à aula.
- Hoje vamos fazer uma aula diferente. Vamos criar a nossa própria sobremesa. Têm que ter em atenção todas as precauções. Não vamos misturar tudo ao acaso, para que expluda – explicou a professora, dirigindo-se para a sua bancada.
A turma rompeu em risos. Em geral, não eram muito bons em termos de criatividade.
Depois de lhes dar autorização para utilizarem os ingredientes e materiais que precisassem, a professora sentou-se, vendo os alunos a juntarem-se em grupos de dois para começarem a trabalhar.
Como já era habitual, Ayame ficou sozinha. Nem esperou sequer que alguém viesse junto dela, pois já sabia que tal não aconteceria, e, então, rodeou-se do que precisava. Tinha uma receita inventada por ela mesma para uma eventualidade daquelas. A última vez que a fizera fora com a mãe, que adorava a imaginação daquela a quem chamava de íris. Já com experiência na preparação da sobremesa, terminou em pouco tempo.
A professora avaliou rapidamente aquela sobremesa simples, mas requintada, deleitada pelo suave sabor do pêssego.
- Mais uma vez, parabéns. A tua excelente aptidão para a culinária continua a dar frutos. Adorei a tua sobremesa – disse a professora, anotando algo no seu bloco. Acrescentou em tom de brincadeira, enquanto se dirigia para a sua secretária: - Tens que me arranjar a receita!
Ayame esboçou um sorriso, embora fingido, e retirou um caderno de tons leitosos da sua mochila, decorado com tecidos rendados e organzas finamente trabalhadas. Era um caderno único e pessoal, no qual ela confiava tudo o que lhe pairava na alma.
Precisava de desabafar aquele sorriso não sentido… Não se sentia bem a sorrir, mas sentia-se na obrigação de o fazer. Será que voltaria a fazê-lo naturalmente? Ou a sua mãe levara também o seu belo sorriso definitivamente?
Um toque nas suas costas fê-la voltar repentinamente, fechando o caderno com brusquidão. Era Kyo, que observava, atento e curioso, a sobremesa que Ayame fizera. Afinal, ele não reparara no seu caderno.
- A tua receita parece interessante… Usaste pêssegos… Dão um sabor doce e delicado a qualquer sobremesa… - disse ele, enquanto movia o olhar para a rapariga.
- Já terminaste? – perguntou ela.
- Sim. Não cozinho tão bem como tu, mas sim… - respondeu, mostrando um ar divertido com o qual ela nunca o havia visto antes. – Parece que fomos os primeiros a acabar…
O olhar de Ayame voltou-se para os restantes colegas. A cena que via deu-lhe vontade de rir. A maior parte da turma parecia estar com dificuldades. Uns estavam cobertos de farinha, outros, cuja massa de bolo borbulhava e apresentava um aspecto duvidoso, entreolhavam-se, eventualmente perguntando-se onde haviam errado.
Embora a situação fosse cómica, apenas conseguiu descortinar uma expressão de incredulidade. Os seus olhos verdes pousaram nas suas mãos, como que se tentasse ocultar o que sentira.
- Não tens porque ficar assim… És melhor do que eles, lembra-te disso. Não te rebaixes tanto. Até me custa ver-te assim. Quero-te de cabeça erguida. Vais mostrar-lhes que és melhor do que eles julgam – disse Kyo, ainda observando o que o rodeava.
- Talvez por ser diferente… - começou ela, hesitando. – Desculpa, não devia falar disto…
Kyo obrigou-a a olhá-lo nos olhos delicadamente.
- Posso não ser a pessoa mais adequada para te ouvir, mas sei que guardar o que sentes dentro de ti é pior.
Ayame compreendia a razão das suas palavras. Mas não conseguia abrir-se com alguém, era completamente impossível naquele momento.
O toque da campainha dissipou quaisquer outros pensamentos da sua mente. Pegou no seu caderno pessoal, para o guardar, quando uma voz a interrompeu.
- E desde quando é que ser diferente é mau? Devias sentir-te feliz por não seres igual a todos os outros que te fazem sentir assim.
Kyo afastou-se em direcção à sua bancada, com aquelas palavra a desvanecerem da sua boca.
Ayame mentiria se dissesse que aquelas palavras não a tinham tocado. Pela primeira vez, um mês depois da morte da mãe, sentira que alguém apreciara algo nela e que, de facto, ele tinha razão. Porquê tentar ser igual aos outros? Era preferível ser diferente e única a ser igual a tantos outros…
Com aquelas palavras gravadas no seu espírito, dirigiu-se para a aula seguinte. E, sem dar por si, o dia passou rapidamente, com aquela sentimento de apreço a esboçar uma expressão agradável nas suas faces.
Maquinalmente, saiu da sala de aulas pouco depois de ter dado o último toque do dia.
Hatsuharu esperava-a junto dos portões do colégio, sendo observado por algumas raparigas que cochichavam entre si e soltavam risinhos, com as faces ruborizadas a denunciarem as suas intenções.
Aproximou-se dele e caminharam juntos para fora do perímetro do colégio.
- Então, tiveste um bom dia? – perguntou Hatsuharu.
Ayame encolheu os ombros. Ouviu comentários difamadores atrás de si, seguidos de uns suspiros de desilusão, e tentou ignorá-los.
- Estás pronta?
Ela reparou no rosto inexpressivo do irmão, que fitava o infinito, como quem esperava tudo naquele momento.
- Penso que sim…- disse ela, reticente.
Um quarteirão naquela direcção e chegariam ao seu destino. O quanto aquele lugar a fazia sofrer, reprimindo a sua alegria contra o âmago do seu coração. Tinha que ver a mãe naquele dia. Aquele sonho teria de ter algum significado, a mãe queria dizer-lhe algo, o seu instinto dizia-o.
Dobraram a esquina do edifício mais próximo da igreja e seguiram em frente.
Via-se a igreja diante da pequena praça, de um branco imaculado e azulejos trabalhados de azul-marinho, atribuindo-lhe uma incrível misticidade. Ao seu lado, uns portões frios indicavam aquele lugar inóspito. Era para lá que se dirigiam.
Cruzaram aquela gélida entrada e a visão que lhes era transmitida afundava as suas almas num mar de dor. Fileiras de mármores alçados sobre o chão, estátuas de pedra clara e flores.
Serpentearam por entre lápides desconhecidas, parando em frente de um memorial branco, levemente enegrecido pelas poeiras da saudade.
Um anjo marmóreo, de formas femininas, tão amadas pelos dois irmãos, estendia os seus braços para eles, com as asas ligeiramente arqueadas. Quem diria que seria tão fácil manter eterna a beleza da sua mãe, esculpida e polida pelas mãos de outrem…
Ayame fixava a estátua erguida sobre aquele túmulo de pedras brancas. Parecia a sua mãe. Mas não era ela. As lágrimas teimavam em assaltá-la, por mais que as tentasse conter. Aquele gesto, eterno e carinhoso… Aquele abraço que a mãe lhe oferecia e pelo qual ela tanto ansiava… Sem compreender o porquê, avançou e abraçou aquele penedo lavrado com uma forma humana inabalável.
Escondido pela sombra do telhado da velha igreja, alguém a observava. Uma lágrima cristalina chamou a sua atenção. O rosto de Ayame cintilava por causa da pequena gota que lhe rolava pela face. Um sorriso desenhou-se no seu rosto, mantendo o seu olhar na rapariga.
Um sonoro badalo fê-lo despertar e meteu-o alerta.
O som de duas asas a abrirem e a rasgarem o céu entoou no ar, enquanto duas penas brancas esvoaçavam, sob os últimos raios de sol.


Última edição por Shibiusa em Qua Jul 09, 2008 7:46 am, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Memórias de um anjo   Memórias de um anjo Icon_minitimeSeg Jul 07, 2008 9:22 am

Está optimo!, adoro como tu descreves cada promenor ^^
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MensagemAssunto: Re: Memórias de um anjo   Memórias de um anjo Icon_minitimeSeg Jul 07, 2008 4:31 pm

Bem, acabei de ler a 1º parte do 1º capitulo (ai, não me batão XD ) E está muito linda a histoira, toca mesmo cá fundo.

Estou a adorar. Mas vou parar um pouco, porque, mesmo com oculos de descanço ñão concigo ficar muito tempo a ler no pc. Tipo, tambem é porque sou parva, quando leio parece que não pestaneijo. O que é que querem, gente parva. XD
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MensagemAssunto: Re: Memórias de um anjo   Memórias de um anjo Icon_minitimeQua Jul 09, 2008 7:46 am

Muito obrigada! *-*
Bem, vou editar a próxima parte e posto já... E já fica aqui tudo o que escrevi até agora. xD
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MensagemAssunto: Re: Memórias de um anjo   Memórias de um anjo Icon_minitimeQua Jul 09, 2008 7:51 am

Capítulo II – Melodia de um sorriso
1ª parte

O chilrear dos pássaros há muito que havia quebrado o silêncio do quarto de Ayame. Um ou outro raio de sol espreitava por entre as cortinas da portada que dava acesso à grande varanda de mármore. Um deles, mais travesso, dedicara-se a iluminar a face da jovem adormecida. Rapidamente um outro se juntou a este, intensificando a luz que insistia em acordá-la.
Ayame abriu os olhos lentamente, despertando o seu corpo dormente. Faltavam sete minutos para o despertador tocar. No entanto, não tinha sono. Tinha dormido profundamente, sem interrupções ou pesadelos. Aliás, sem qualquer sonho. Simplesmente, dormira.
Levantou-se, desligando o alarme. Enquanto se espreguiçava, deitou um olhar ao céu azul que se escondia por trás das cortinas. Via-se bem que o Verão se aproximava a largos passos.
Sem se deixar distrair mais pelo que a rodeava, Ayame retomou a sua rotina matinal. Lavou a cara e os dentes e vestiu rapidamente o seu uniforme. Voltou a dirigir-se à casa de banho para pentear o seu longo cabelo com calma.
Enquanto passava a escova pelos escuros caracóis, reparou que, naquela manhã, a sua pele possuía um tom mais natural. A ténue linha lilás das suas habituais olheiras havia desaparecido. Aquela noite fizera-lhe bastante bem.
Passou a escova uma última vez pelos cabelos, pousando-a bruscamente. O espelho reflectia a sua imagem. Parecia o reflexo vivo da sua mãe, talvez apenas mais saudável. Jamais havia reparado nas semelhanças entre as duas. Mas era impossível negar aquele facto.

Um riso de criança ecoou pelo jardim. Estava feliz.
- Não me encontras, meu amor? – perguntava uma voz feminina, não muito distante da pequena dos caracóis negros.
Ayame correu em direcção à voz. Estava ali, atrás daquela árvore!
- ‘tas aqui! – exclamou a criança, com um enorme sorriso na cara, assim que encontrara a sua mãe.
Yuri trocou um olhar terno e carinhoso com a filha e começou a correr, para que ela a tentasse apanhar. Aquele corpo frágil e delicado. Aqueles longos caracóis e esvoaçarem atrás de si. Aquela sensível pele branca.
Ayame correu e estendeu uma mão para alcançar a mãe. Sem estar à espera, tropeçou e caiu.
Yuri estacou repentinamente e voltou para o lado da filha.
- Magoaste-te?
A menina sentou-se na relva. O seu vestido verde pálido estava manchado com tons de castanhos e verdes. As mãos ardiam-lhe. Virou-as e viu que estavam vermelhas e um pouco esfoladas. Naquele momento, os seus olhos verdes ficaram marejados de água, ameaçando rebentar em lágrimas.
- Pronto, meu doce, vem cá – disse Yuri, comovida com a atitude da pequena.
Esta levantou-se e abraçou a mãe.
- Vai ficar tudo bem – repetia a mãe.
- Prometes?
- Sim, prometo, meu anjo – respondeu Yuri, sorrindo. Deu-lhe a mão e acrescentou, enquanto caminhavam em direcção à portada de vidro: - Agora vamos mudar de roupa.


Aquela recordação de infância deixou um sentimento de saudade a pairar no seu espírito. Eram apenas memórias de uma vida que, certamente, acabara.
Pegou na mochila que se encontrava pousada sobre a escrivaninha de madeira de cerejeira e desceu a escadaria. Deixou a mochila encostada a um dos varões da escadaria e dirigiu-se para a cozinha.
- Kaede-san? – chamou ela, não obtendo resposta. Resolveu procurá-la e encontrou-a na sala de jantar, a preparar o pequeno-almoço.
- Bom dia – cumprimentou Ayame.
- Bom dia. Bons olhos a vejam, Ayame-dono – respondeu a senhora.
- Ai… Conhece-me desde que nasci, pode tratar-me sem formalidades. Até é melhor para mim, visto que não gosto delas…
Ayame não sorria, mas mantinha um tom divertido na sua voz.
Kaede observava a sua pequena, com felicidade estampada no seu rosto. As lágrimas foram forçadas a sucumbir, assim que ela as sentiu inundarem-lhe os olhos. Ayame estava diferente…
- Posso ajudar em alguma coisa? – perguntou a jovem, interrompendo os pensamentos da empregada.
- Ah, não, eu já estou a acabar, Ayame-ch... – retorquiu, hesitando no honorífico a utilizar. Em seguida, respirou fundo e tentou falar: - Podes fazer o que quiseres, que te chamo já para o pequeno-almoço.
Ayame pareceu feliz por ver que Kaede estava a tentar esquecer as desnecessárias formalidades que tinha consigo, mantendo apenas o essencial.
Já que esta não precisava da sua ajuda, foi dar uma volta pela mansão da família.
As imaculadas paredes brancas relaxavam-na, com a sua serenidade infinita, que o tempo não ousava esquecer.
Deu por si em frente daquela porta que tanto tempo permanecera fechada no seu pensamento. Lembrava-se da maravilhosa calma por detrás da porta, daquele som extraordinário…
Estendeu o braço, lutando contra o seu ainda ferido coração. Abriu a porta e uma luz imensa ofuscou-lhe a visão. Enquanto os seus olhos se habituavam à claridade, reparou que o piano de cauda branco continuava ali, naquela sala de paredes de vidro. O sol, o céu e o jardim eram os seus únicos espectadores. Aquela quietude reinara por demasiado tempo. Teria coragem para quebrar aquele silêncio?
Aproximou-se, deslizando os seus longos e finos dedos pelas polidas teclas de marfim. Pressionou uma das teclas e um som profundo de uma nota ecoou no ar, desvanecendo.
Ayame sentia-se dentro de uma memória dos seus tempos de infância, arrepiada e assustada pela vívida imagem da mãe a tocar piano na sua mente. As notas emitidas por este atormentavam Ayame.
- Desculpa. Não o voltarei a fazer… - murmurou ela, para o espectro dentro da sua cabeça, silencioso como a sala que a rodeava.
E então afastou-se, com uma apertada angústia no seu coração.
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MensagemAssunto: Re: Memórias de um anjo   Memórias de um anjo Icon_minitimeQui Jul 10, 2008 12:05 pm

Ela conseguir entar no quarto prova que esta a ultrapassar a morte da mãe
Tens que postar mais shibi Memórias de um anjo 0767
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MensagemAssunto: Re: Memórias de um anjo   Memórias de um anjo Icon_minitimeQui Jul 10, 2008 2:30 pm

Estou a adorar. Está tão linda a historia.

Quero mais. vá lá Memórias de um anjo 0767
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MensagemAssunto: Re: Memórias de um anjo   Memórias de um anjo Icon_minitimeSeg Jul 14, 2008 6:25 pm

Bem, tou adorar! A descrição que começa com esta frase, "Cruzaram aquela gélida entrada e a visão que lhes era transmitida afundava as suas almas num mar de dor", tá tão bem feita... Shibiusa, tu escreves bué bem..!.. Depois ela a entrar no quarto e a referência à luz, ao silêncio (...)
Tens de postar mais!
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MensagemAssunto: Re: Memórias de um anjo   Memórias de um anjo Icon_minitimeQui Jul 17, 2008 8:41 am

Li a primeira parte do primeiro capítulo, depois leio mais (desculpa, não gosto muito de ler no ecrã).
Está super interessante e muito bem escrito (dizia-te para continuares, mas já continuaste xD).
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MensagemAssunto: Re: Memórias de um anjo   Memórias de um anjo Icon_minitimeQui Ago 07, 2008 1:27 pm

Capítulo II - Melodia de um sorriso
2ª parte

- Ayame! – chamou-a uma voz masculina ao fundo, enquanto fechava a porta da sala do piano, fazendo-a olhar naquela direcção.
O seu irmão aproximou-se dela. Hesitou em falar assim que se apercebeu de onde ela viera.
- É para tomar o pequeno-almoço, não é? Então vamos indo… - disse ela, evadindo qualquer tentativa de pergunta por parte de Hatsuharu. Seguiu pelo corredor, não olhando para trás. Tinha de esquecer aquela sala, o piano, a música… A sua mãe.
Hatsuharu quedou-se em frente da porta branca. Ainda recordava o som das belas melodias que a sua mãe tocava. Ayame voltara lá. Teria conseguido ultrapassar a dor que trespassava a sua alma? Nem ele o conseguira fazer…

A manhã resplandecia, iluminando a sala com uma luz branca natural. A sedosa brisa fazia esvoaçar as pétalas rosa das cerejeiras em flor. Uma canção perfumou o ar com um nostálgico tom primaveril.
Hatsuharu, de apenas seis anos, debruçara-se sobre o piano, encantado com o maravilhoso som que emanava deste. Os dedos de Yuri deslizavam agilmente pelas teclas brancas de marfim, tocando uma doce melodia.
Ayame, ainda uma pequena criança de três anos, sossegara no colo da mãe ao ouvir o piano, embalada pelas suas suaves notas. Era tão pequena e já demonstrava uma paixão pelo piano.
A luz intensificou por momentos e Hatsuharu reparou então no rosto da pianista. De leves e frágeis traços, as feições de Yuri desenhavam-se e alongavam-se na sua ainda juventude, As belas faces brancas eram emolduradas por um longo cabelo negro, que encaracolava em todo o seu comprimento. Yuri, chamavam-lhe… Mas, para ele, seria sempre a sua mãe.


Voltou costas à sala e percorreu o corredor, dirigindo-se para a sala de jantar.
Ayame já se encontrava sentada à mesa, à sua espera.
Entre o pequeno-almoço e a chegada ao colégio, o tempo pareceu voar por entre os silenciosos olhares, retardando o seu andar no confronto com a dura realidade. O frio portão do colégio, onde Hatsuharu e Ayame se separavam, encontrava-se ali à frente dos dois irmãos.
- Bem, vou para as aulas. Tem um bom dia! – disse ele, despedindo-se da irmã.
- Bom dia também para ti, aniue – respondeu educadamente, utilizando o nome com o qual fora ensinada a tratar o irmão em público. Sentia-se aliviada por ter conseguido escapar das perguntas que bailavam nos olhos de Hatsuharu, quando a vira sair da sala do piano.
Assim que ele se afastou, Ayame caminhou em direcção à sua sala de aulas.
A aula de Biologia era uma das suas favoritas e uma das suas melhores no seu leque de notas. Contudo, não se sentia preparada para o exame final dessa disciplina no fim desse ano lectivo. Estavam na recta final, eram só mais umas semanas até lá.
Entrou na sala, deslizando a porta atrás de si. Cumprimentou os colegas, como fazia todas as manhãs, ignorando os acusadores comentários proferidos por causa da sua suposta insinuação. Pousou a mochila em cima da mesa e sentou, retirando o seu caderno, o seu estojo e uma revista que abriu de imediato.
A porta deslizou novamente e um rapaz, que conversava animadamente, transpôs esta, separando-se dos amigos. Kyo, sempre bem-disposto, procurou o seu lugar na sala e sentou-se. Era, como habitual, ao lado de Ayame.
- Bom dia! – exclamou ele, com um tom de voz normal, para que apenas ela o ouvisse.
- Oh, bom dia… - retorquiu Ayame.
- Hoje pareces estar com uma disposição diferente – reparou ele, algo distraído a tirar o material necessário à aula da mochila.
- Hum? Porque dizes isso? – questionou ela, enfrentando o profundo mar dos olhos dele.
Olharam-se durante uns segundos, como se se vissem pela primeira vez. Ayame não conseguia perscrutar o olhar dele, de tão profundo e misterioso que era. Temia perder-se naquela imensidão azul se o fizesse. E então a rapariga voltou à leitura da sua revista de música.
- Bem, nunca te vi a ler nada para além de livros… E o teu ar… Deves ter dormido bem… É bom ver-te assim – reconheceu Kyo.
Era, de facto, verdade. Nada escapava a um bom observador.
Folheou, sem dar muito atenção, a parte de hip-hop. A página que se seguiu surpreendeu-a, não deixando de expressar um trejeito de incredulidade. A música clássica fascinava-a, mas recusaram-se a voltar a tocar após a morte da sua mãe. Aquela página era dedicada a uma entrevista do seu pianista favorito. Avançou rapidamente, procurando fugir ao assunto.
Por mais prazer que aquela leve leitura lhe estivesse a proporcionar, Ayame foi forçada a guardar a revista com a chegada da professora.
- De pé! – disse o delegado de turma, dando início aos cumprimentos tradicionais.
A aula decorreu normalmente. Estavam a acabar de dar a matéria que faltava para o exame final, para depois começarem com a preparação para este.
- Fujihara-san, por favor, vá devolver o retroprojector e os acetatos à biblioteca – pediu a professora, enquanto assinava o livro de ponto da turma. – Ishimaru-kun, ajude-a, se não se importar.
Aquela tarefa já lhes era conhecida. Como melhores alunos da turma, era-lhes muitas vezes pedida, para os poupar dos pequenos sermões dados aos colegas no final de algumas aulas.
Ayame levantou-se e pegou na grande caixa metálica que arquivava todos os acetatos da disciplina. Não era demasiado pesada, conseguiria levá-la.
Alguém lhe retirou a caixa dos braços, deixando-a surpreendida.
- Uma menina não deveria fazer o trabalho de um homem. Por isso, eu levo isto que é pesado e tu guias carrinho do retroprojector – murmurou Kyo.
Embora algo contrariada, a jovem acedeu. Afinal, teriam de descer dois andares até ao rés-do-chão, onde se encontrava a biblioteca.
Saíram da sala e caminharam em direcção ao fundo do corredor, onde se encontravam as escadas e o elevador.
Um som familiar fez Ayame parar repentinamente. E repetia-se uma e outra vez, até formar um pequeno instrumental. As notas agrupavam-se e o nome da peça surgiu instantaneamente na mente dela… "La campanella"…
Kyo, que se apercebera que ela havia parado, voltou-se para trás.
- O que se passa? – perguntou ele, ao reparar no triste cintilar dos olhos dela.
Ayame respirou profundamente antes de responder, tentando acalmar o seu desenfreado coração.
- Não é nada.
Ele não insistiu e então seguiram o seu caminho. Mas Ayame continuava inquieta no seu âmago, tentando abstrair-se do belo canto do piano, que ressoava nos seus ouvidos.

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MensagemAssunto: Re: Memórias de um anjo   Memórias de um anjo Icon_minitimeQui Ago 07, 2008 3:10 pm

O.O

Tá lindo, a musica é linda.

Continua.
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MensagemAssunto: Re: Memórias de um anjo   Memórias de um anjo Icon_minitimeQui Set 18, 2008 4:17 pm

Capítulo II - Melodia de um sorriso
3ª e última parte

Cumpriram a sua tarefa rapidamente, regressando à sala de aula.
Completamente abstraída, Ayame limitava-se a olhar para a professora de inglês, tirando os poucos apontamentos escritos no quadro e passando os olhos pelas páginas do livro que a professora pedira para lerem em silêncio. Aquele inesperado encontro musical perturbara-a mais do que estava à espera.

- Ayame! – chamou alguém.
Ela afastou os longos cabelos da cara, permitindo a si mesma ver quem proferira o seu nome.
- Já devias estar dentro do auditório connosco. Mas não, resolveste ficar cá fora a ler… - repreendeu-a Hatsuharu.
- O concerto já começou? – perguntou ela, ainda absorvida pelo livro.
- Não, mas deve estar quase. Anda daí, a mãe vai gostar de nos ver na primeira fila – respondeu, agarrando na mão da menina de 12 anos e puxando-a para dentro do auditório.
Dentro da grande sala escurecida, dezenas de pessoas formalmente vestidas aguardavam sentadas pelo início do recital.
Os dois irmãos apressaram-se a sentar-se nos seus lugares, reservados pelo pai, na primeira fila. Apesar da reserva, Seishirou não aparecera. Nem mesmo aos concertos dos filhos ia. Escondendo a sua desilusão pelo pai, Hatsuharu e Ayame endireitaram-se nas cadeiras. O concerto estava a começar…


Um toque nos seus ombros fê-la despertar dos seus sonhar acordado. Tinha-se perdido demasiado nos seus pensamentos e a aula já havia acabado sem que se apercebesse disso.
- Hoje estás mesmo… Diferente… Está tudo bem? - perguntou Kyo, que retirara a sua mão ao reparar no sobressalto de Ayame.
- Sim, está, obrigada… Estava só a lembrar-me de umas coisas que, supostamente, já deveria ter esquecido – respondeu ela, afastando o cabelo da cara. Os seus olhos enchiam-se de água enquanto falava. Não queria chorar ali, estava a lutar, mas a dor vencia sempre. Limpou os olhos e acrescentou: - Dá-me um minuto, já me recomponho.
Kyo sentou-se numa cadeira ao seu lado. A rapariga definitivamente mentia. Atentou na revista que ela estava a ler, cuidadosamente marcada na página de música clássica. Talvez não devesse envolver-se tanto na vida dela, mas havia algo que a poderia fazer sorrir. E, se não experimentasse, podia não ter outra oportunidade.
- Quando me chamaste… O que querias? – inquiriu ela, tentando estabilizar a sua respiração acelerada devido às lágrimas.
- Bem… Vais fazer alguma coisa depois de almoçar?
- Não, penso que não. Estava apenas a pensar ir à biblioteca. Porquê?
- Depois vês – retorquiu ele, saindo da sala.
Ele estava a planear alguma coisa, era óbvio. Resolveu não dar muita importância ao assunto.
A sala de aula estava quase vazia. A maior parte dos alunos almoçava na cafetaria, trocando o tradicional obento por algo mais rápido, mas bem menos saudável. As tradições já não eram como antigamente.
Ayame guardou tudo o que tinha em cima da mesa e retirou o seu obento da mochila. Abriu a caixinha negra, decorada com delicadas flores cor-de-rosa, e começou a comer, absorta nas suas memórias de infância.

O alvoroço da casa acordara-a. Ouvia passos apressados e vozes que falavam mais alto que o habitual no corredor. Aquilo não era nada normal.
Ayame saiu do quarto, esquecendo que estava ainda de camisa de dormir. Certamente ninguém repararia nela no meio da confusão. Esgueirou-se até à origem da agitação. Era o quarto da sua mãe.
- … a fragilidade do corpo dela causa facilmente estas recaídas. Terá de deixar de fazer grandes esforços e…
- Ayame! – exclamou Hatsuharu, interrompendo o médico. A irmã espreitava junto da porta aberta, com os olhos arregalados, a inundarem-se de salgadas lágrimas. Apenas tinha olhos para a mãe, que permanecia deitada na cama, com um tubo no seu pulso esquerdo, que ligava a uma espécie de bolsa com um líquido transparente no seu interior.
Ayame já não era uma criança, mas a sua mente recusava-se a aceitar aquele facto, como se quisesse permanecer no passado. Debateu-se contra os braços do irmão quando este tentou levá-la de volta para o seu quarto, mas em vão. Ela não compreendia, tal como ninguém entende, o porquê de a vida ser tão injusta.


Porquê? Porque recordara a primeira vez em que vira a sua mãe naquele estado? Conteve as lágrimas e pousou a revista, que voltara a ler após ter almoçado. Não conseguiria ler nem mais uma letra; tinha que se acalmar. Ainda só passara um mês desde que… Não conseguia sequer pensar na palavra!
Levantou-se e saiu da sala de aula. Ia apanhar um pouco de ar fresco. Fechou a porta e caminhou com calma pelo silencioso corredor, reparando atentamente no que a rodeava. As paredes de um cinza claro, trespassadas por duas linhas mais escuras sensivelmente a meio delas, as janelas ao seu lado e a luz que provinha destas… A luz! Ao virar-se para as janelas, alguém a chamou.
- Ayame! – voltou a chamar Kyo, enquanto se aproximava dela.
- Sim?
- Podes acompanhar-me ali, por favor? – pediu.
- Onde? – perguntou Ayame.
- Anda lá, vem comigo – disse ele, pegando na mão dela e guiando-a em direcção a uma sala vazia. “Sala de música” era o que estava escrito na porta com uma letra tipografada. A rapariga puxou o braço para ser libertar, embora inutilmente. Kyo estava determinado em levá-la para ali.
Quando ele fechou a porta atrás deles e finalmente largou o seu braço, tentou escapar. Não suportava estar tão perto de um piano. Mas Kyo barrava-lhe o caminho uma e outra vez.
- Se não enfrentares aquilo que mais temes e do qual foges, jamais viverás verdadeiramente. Aceita o passado para viveres o presente – declarou ele, fitando o infinito.
- Eu… - hesitou Ayame. – Eu não consigo!
- Então deixa-me ajudar-te! – exclamou ele, olhando-a nos olhos. – A sério, não me importo nada de te ajudar se estiveres disposta a enfrentar o que te persegue…
Se aceitasse, sabia que teria de estar disposta a confiar nele. A contar-lhe tudo o que se passara, aquilo que vivera… Um amigo. Sim, era no que ele se tornaria.
- Está bem… - murmurou ela.
Kyo pareceu satisfeito com a resposta e sorriu. Pegando na mão dela, aproximou-se do grande piano de cauda negro.
- Tocas ou terei eu de o fazer? – perguntou ele.
Ayame não respondeu. Não se sentia preparada para tocar. Era ainda muito cedo.
Ele não precisou de uma resposta; ela era como um livro aberto perante si. Sentou-se em frente do piano, deixando-a a observá-lo e a ouvir a melodia. E as suas mãos esguias deslizaram pelo frio teclado das cores do xadrez, produzindo sons da mais pura harmonia.
As notas fluíam e entrelaçavam-se, provocando um sentimento de nostalgia na jovem rapariga. Recordava-se bem daquela música. Fora uma das que a sua mãe tocara num dos seus recitais, naquele que mais gostara. Yuri tinha-a chamado ao palco, juntamente com o seu irmão, e permitira que eles tocassem uma música juntos.
Sem que desse por si, lágrimas escorriam pelas suas faces. Brilhavam como pequenas pérolas, marcando o seu caminho com delicados fios de água, A felicidade irradiava de cada uma das gotas salgadas. E um pequeno milagre aconteceu: o regresso do sorriso de Ayame. Tão puro, tão radiante, como fora anteriormente.

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